28 de fevereiro de 2009

Comemorações do Blog Juba e Dea

2 .

01 ano e 46 dias de vida !

Este blog que batizamos simplesmente de Juba e Dea foi carinhosamente nos presenteado pela professora Mírian Mondon. Ela colocou-o no ar no dia 12 de Janeiro de 2008.  Aqui registraríamos nossas pesquisas na área de imigração como um lugar único e organizável. Consequentemente compartilharíamos as mesmas com outras pessoas de mesmo interesse. Já dispúnhamos de muitas informações pois líamos muito sobre o Canadá, e nos aprofundávamos na província de Québec, que é a via do nosso processo. Mas alimentar um blog não passava muito por nossas cabeças, e as 3 primeiras postagens só foram ao ar no dia 19, após as apresentações do dia 18.

 

Então, foi por livre e espontânea pressão que Juba resolveu por a mão na massa. No dia 20 de janeiro, "jogamos" na net nada menos que 17 mensagens. No dia 21, foram 11. Continuamos num ritmo acelerado e diminuindo aos poucos até o nível digamos assim normal , só dando uma esfriada em Abril e Agosto. Descobrimos então que o bicho não morde, rsrsrs.

postagens

No dia 13 de Março Juba desembarca em terras canadenses. Voltou radiante e com mais informações para nosso projeto de vida. Aos poucos o leque de possibilidades no espaço Juba e Dea foi se abrindo.

 

Os assuntos se diversificaram mas sem perder a coesão. Mudei completamente o template¹ de lá para cá. Tenho uma caidinha por organização, então sempre estou mexendo aqui no Blog. Hoje temos imenso prazer em alimentar este blog. Fazemos com imensa alegria. Eu particularmente adoro a liberdade que o Blog nos proporciona. Charges, fotos, enquetes, discuções… Podemos escrever sobre praticamente tudo, usando o bom senso e coerência é claro. É prazeroso pesquisar, criar ou repassar um texto cheio de informações, descontração ou humor . É terápico, além da imensa vantagem de ter tudo arquivadinho aqui, inclusive detalhes como os da foto acima. 

 

Agora vamos as comemorações:

Hoje chegamos a marca de 20.000 acessos no Juba e Dea. Não é pouca coisa não para um blog que começou sem nenhuma pretensão e que completou um ano de existência no dia 12 de janeiro. Acredito que este espaço cumpriu sua proposta inicial!

Agora aos agradecimentos:

Por isso, queremos agradecer a cada um de nossos leitores que nos visitam. Vocês nos incentivam a levar o Juba e Dea pra frente! Não escrevemos somente para nós. Sem os leitores, não existe a troca de idéias, e não se amplia a visão de um todo, vocês sabem disso. São vocês que dão vida a este espaço! Um abraço especial a Mírian, nossa amiga e grande inspiradora!

fogos2       (foto: Dalcio G.P. Filho)

Parabéns blog, parabéns pessoas!! Enquanto tivermos fôlego, continuaremos postando, para alegria de uns e indiferença de outros!

E…  para quem estiver chegando agora:  Seja muito bem vindo!!

juba e dea

Nota:  [¹] ambiente gráfico para colocação de conteúdos e ferramentas.

Brasileiros de Montreal – parte IV

0 .

Nesta quarta parte do estudo, vemos o final do subtema que o autor desenvole. O autor fala ainda sobre o imigrante e o multiculturalismo e possíveis dificuldades de convivência na sociedade quebequense.

Leia aqui a parte I, parte II, parte III, parte V , parte VI , parte VII , parte VIII e parte IX

 

Brasileiros de Montreal
Luís Carlos Lopes

A realidade política quebequense e a imigração (final)

A questão da imigração, por exemplo, vem ocupando um espaço maior do que as velhas reivindicações nacionalistas. Não poucos culpam os imigrantes pelas derrotas plebiscitárias e dizem que eles preferem o Canadá ao Quebec. Entretanto, foram 50,59% dos eleitores quebequenses que escolheram permanecer, pelas mais diversas razões, como parte da confederação canadense. No lugar onde o voto não é obrigatório, 93,5% dos eleitores resolveram comparecer as urnas.

Os imigrantes nacionalizados que também votam não tinham como alterar esta tendência, por mais que, de fato, tenham migrado para o Canadá e não para uma província específica. Certamente, a tendência eleitoral dos mesmos foi dividida, possivelmente, em alguns lugares pendeu para a permanência do status quo. Estes votos foram tangidos pela mesma ameaça velada de desemprego e de esvaziamento econômico, que foram decisivos nos dois pleitos. O governo central e os imensos interesses econômicos e políticos internacionais envolvidos conseguiram o que queriam, isto é, manter a unidade do país.

Uma das conseqüências desta nova situação política foi o esmaecimento da aliança simbólica dos quebequenses com os povos do terceiro mundo. O sentimento de que todos estariam no mesmo barco sofreu duros estremecimentos e as percepções político-sociais do problema vêm se alterando em profundidade. Entretanto, não desapareceram por completo, restando nichos de solidariedade e de cooperação com os povos dos países pobres, e a manutenção de laços de simpatia com os excluídos da face da Terra.

A tradição do Quebec de fornecer asilo e de dar ajuda humanitária permanece intacta, bem como a permissão da livre organização, nos limites da lei, dos que vieram de regiões conflagradas pela guerra, miséria e opressão política. Como em todo o mundo, a queda do socialismo real, simbolizada pelo fim do Muro de Berlim (1989), tornou mais fluida a tendência aos ideais socialistas, presente nos anos de vida política da região. Como por toda parte, o pensamento mais à esquerda refluiu.

Uma outra diferença está no fato de que o projeto ‘nacional’ do Quebec é agora menos universal. Continua-se a lutar por mais direitos para a província, em dubiedade com a questão potencial da formação de um novo país. Isto vem resultando em um ‘nacionalismo provincial ou paroquial’, que busca, de modo ambíguo, raízes culturais próprias e se incomoda com a presença física e simbólica de milhares e milhares de imigrantes. A compatibilização da presença dos imigrantes com os velhos e novos problemas políticos do Quebec é um desafio que vem atordoando os partidos políticos, intelectuais e o governo da província.

 pessoas montreal2b

A tentativa das acomodações razoáveis

O relatório Bouchard-Taylor (2008) que acaba de ser publicado [13], em papel e na Internet, é o resultado do trabalho de uma Comissão, que se debruçou sobre o problema dos conflitos reais e potenciais entre os imigrantes e os quebequenses de origem. Gérard Bouchard, um dos responsáveis desta Comissão, é um intelectual com vários livros sobre a história do Quebec e sobre os problemas relativos às culturas de seus habitantes. É bastante conhecido, circulando entre a universidade, as mídias, os partidos políticos e as autoridades governamentais. Charles Taylor é, igualmente, um pensador importante, não tão conhecido midiaticamente como seu companheiro de empreitada, mas com uma longa atuação no meio universitário e no ambiente político da província.

Encontrar respostas e propostas para o problema vem alimentando o debate político em escala cada vez maior. Nessa situação, as vozes mais ouvidas são a dos quebequenses de origem e com alguma autoridade acreditada. A parole dos imigrantes surge nas entrelinhas das mídias, algumas vezes de modo direto, em outras, intermediada por quem tem interesse em fazer com quem ela tenha influência na discussão. As comunidades de imigrantes mais organizadas têm-se manifestado de modo mais efetivo. Elas aproveitaram o ensejo das ações da Comissão para defender publicamente seus pontos de vista. O mesmo ocorreu com os que se consideram franco-canadenses e habitam o Quebec. [14]

O relatório que os autores citados escreveram é um documento ímpar por reunir dezenas de argumentos, por vezes, conflitantes, e por propor soluções para o convívio interétnico harmônico na província. Este, também chamado de acomodações razoáveis, é o que resume o entendimento local do problema. Segundo este, ter-se-ia de se encontrar uma forma de fazer com que a sociedade local diminuísse suas tensões. Desejar-se-ia que o sistema cultural instalado continuasse a funcionar sem fissuras alarmantes. A missão que lhes foi dada consistiu em levantar problemas e encontrar soluções, a pedido do mais elevado nível do governo da província. 

A Comissão foi nomeada pelo primeiro ministro do Quebec, Jean Charest, em ato de fevereiro de 2007. Foi-lhe destinada um orçamento de cinco milhões de dólares e suas atividades foram divididas em 13 pesquisas. Estas foram levadas a cabo por especialistas vindos das universidades quebequenses. Além, de inúmeras reuniões e assembléias, seus dois presidentes viajaram por toda a província ouvindo pessoalmente os pontos de vista de milhares de habitantes, em sessões públicas, altamente midiatizadas. Durante todo o ano de seu funcionamento, o assunto não saiu da agenda da imprensa e não deixou de criar imensa polêmica no universo simbólico local. Não há notícia de nada parecido na história do Quebec. Nem mesmo nos intensos debates dos dois referendos, houve tanta discussão e tanto interesse despertado, desta vez, entre todos os habitantes da província.

Sucessivos debates, enquetes e levantamentos geraram um relatório de 310 páginas. Este documenta a visão quebequense do problema da convivência com os imigrantes oriundos de toda parte do mundo conhecido. O ponto de apoio adotado pelos autores foi o do mal-estar dos que se intitulam canadenses franceses e habitam o Quebec, potencialmente incomodados com a presença de múltiplas culturas em seu país. Este tem sido entendido como uma crise identitária a ser superada.

Os problemas das diversas religiões trazidas de fora, em especial os relativos à muçulmana, tiveram especial destaque. As questões das diferenças de costumes, em especial, em relação à posição social da mulher foram intensamente mencionados. O estranhamento dos quebequenses em relação às culturas vindas com os imigrantes revela, por outro lado, as características do chamado multiculturalismo [15]. Este afunda em contradições quando religiões, costumes sociais e outras crenças coabitam o mesmo espaço social.

------------------------------------------------------------------

notas:  [13] Ver: http://www.accommodements.qc.ca/  [14] Existem pequenas comunidades de origem francesa em outras províncias do país. [15] A expressão multiculturalismo provoca a construção de várias acepções, por vezes, bastante contraditórias.Vem sendo usada em inúmeros países. No Canadá, o multiculturalismo está em lei de 1971, editada em pleno governo de Pierre Trudeau, no contexto da Guerra Fria e da pior crise entre o Quebec e o governo central do Canadá. Na lei, se reconhece a existência de uma sociedade multiétnica, isto é, formada por diversas origens, nacionalidades e culturas. Na prática, o chamado multiculturalismo vem significando concretamente, por toda parte, a existência de sociedades hierárquicas, que convivem com inúmeros recortes, onde cada grupo ocupa o seu lugar, sem interferir - como se tal fosse possível - no funcionamento geral da totalidade social e na prevalência dos grupos com maior poder. A sociedade multicultural encontraria, hipoteticamente, sua harmonia em seu processo de hierarquização. O sistema multicultural, não raro, dificulta a integração dos imigrantes.

--------------------------------------------------------------------

O que já vimos:

parte I Resumo, Apresentação e Introdução : Estudo sobre a presença dos imigrantes brasileiros em Montréal . Interessante a abordagem histórica do autor sobre "a busca do paraíso" na introdução. Ele volta a discorrer o assunto em A parole dos brasileiros e na conclusão. 

parte II - Nesta segunda parte do estudo Brasileiros de Montreal, o autor fala sobre os imigrantes do Brasil. Discorre acerca da discriminação entre os naturais do país. Em contrapartida, analisa a distinção feita pelos nativos aos estrangeiros, principalmente de nacionalidade européia. 

parte III - A realidade política quebequense e a imigração
Nesta terceira parte do estudo, o autor é didático ao subtema que desenvolve.

 Subtítulos das próximas partes do estudo:

- A tentativa das acomodações razoáveis (final)
- A cidade e a imigração

26 de fevereiro de 2009

Filme: Rio Congelado

3 .

Domingo de manhã assistimos eu e Juba o longa "Rio Congelado (Frozen River)", graças a internet, nossa companheira de todas as horas!  - "Pirataria é crime, compartilhar é  legal"

 

O filme conta a história da "branca" Ray (Melissa Leo) que mora numa cidadezinha do interior de New York. Esta se junta a índia Lila Littlewolf (Misty Upham) da tribo Mohawk para transportarem imigrantes ilegais do Canadá para os EUA, como única forma de sobrevivência. O caminho é pela Reserva Indígena Mohawk, em Québec até os EUA e a passagem é pelo congelado rio St. Lawrence.

 

Na temática está a globalização e as restrições de imigrantes. Vê-se também uma sutil abordagem em relação as armas entre Estados Unidos X Canadá. O filme emociona sem ser piegas, e Melissa Leo está maravilhosa no papel de mãe solteira que faz de tudo pelos seus filhos.  Imperdível!!

rio-congelado 01 Créditos:

  • Ganhador do grande prêmio do Júri no Festival de Sundance do ano passado.
  • Melissa  Leo fatura o prêmio de melhor atriz para do Screen Actors Guild Awards por seu papel em Rio Congelado.
  • O filme concorreu ao Oscar nas categorias de atriz (Melissa) e roteiro original.

 

Ficha técnica

Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Direção e roteiro Courtney Hunt
Música: Peter Golub e Shahzad Ismaily
Fotografia: Reed Morano
Desenho de Produção: Inbal Weinberg
Direção de Arte: Brian Rzepka
Figurino: Abby O'Sullivan

Elenco
Melissa Leo (Ray Eddy)
Misty Upham (Lila Littlewolf)
Michael O'Keefe (Policial Finnerty)
Mark Boone Junior (Jacques Bruno)
Charlie McDermott (T.J.)
James Reilly (Ricky)
Dylan Carusona (Jimmy)
Jay Klaitz (Guy Versailles)
Michael Sky (Billy Three Rivers)
John Canoe (Bernie Littlewolf)
Nancy Wu (Chen Li)

Tudo "nos trinks" com a caixa de comentários

2 .

Gentém, consegui!! Agora está funcional! O probleminha estava relacionado ao script do programa.

Se quiserem, acessem o comentário deste post e vejam as opções legais do mimo, rsrs!

inté, dea.

25 de fevereiro de 2009

Hoje é o Níver do Juba!

3 .

Joyeux Anniversaire mon amour!

bolo2

Comentários, Blogs e afins

1 .

Pessoal,  estamos com uma nova caixa e comentários aqui no Blog, dêem uma olhada num dos posts.

Mas por um problema que ainda não descobri qual é, está faltando o principal que é o espaço para digitar o site ou blog da pessoa que deixará o comentário aqui no Juba e Dea, coisa que todo blog têm ok. Mas existem outros recursos muito interessantes nessa nova caixa.

Funciona assim: Com o espaço do site preenchido, imediatamente aparece os 10 últimos títulos das postagens do seu blog. Então você escolhe um deles com um clique, e o título destacado e em forma de link aparece logo abaixo do comentário que você irá deixar. Não é legal demais?  Eu achei, rs.

Tem mais, você pode: Deixar vídeo, imagem, avatares, links,  logar-se com sua conta do Facebook, e muitas outras coisas mais! Achei D+, rsrs! 

Por enquanto, deixo-vos uma solução enquanto não resolvemos o problema: Colocar o endereço de seu Blog quando for comentar aqui no blog. Assim, todos nós poderemos visitar o seu espaço, algo que eu e o Juba adoramos fazer!

caixa comentários

Algo mais sobre os Blogs

Fonte rica para troca de informações, que é imprescindível para os imigrantes como também de pesquisa para os futuros imigrantes. Descontração, dia a dia, cotidiano, notícias e muuuuito mais. Na verdade somos uma comunidade e não sabemos (?!) Por isto, vamos participar gente!  À bientôt!

super abraço

dea e juba

23 de fevereiro de 2009

Meme: 6 coisas aleatórias sobre mim (Dea)

7 .

Gente, a Renata do Icebloggus, deixou um comentário aqui no Juba e Dea, me indicando para a meme: Contar 6 coisas aleatórias sobre você.

As regras são as seguintes e devem estar escritas na postagem:
1 – Linkar a pessoa que te indicou.
2 – Contar seis coisas aleatórias sobre você.
3 – Indicar mais seis pessoas e colocar o link no fim do post.
4 – Deixar a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
5 – Deixar os indicados saberem quando você publicar seu post.

bebe

Então, aí vão as 6 coisas aleatórias sobre mim.

1. Sou formada em  música, e esta é a minha profissão. Adoro dar aulas de canto, e participar de projetos, ensaios e apresentações com pessoas de várias áreas artísticas.

2. Tenho trauma de carro, não dirijo, mas na maioria das vezes sou uma passageira razoável, apesar de ter que controlar o medo no transito brasileiro. Dependendo do dia, sou uma péssima passageira.  Sim, no Canadá pretendo tirar minha carteira de motorista.  "Pessoas, não tenham medo de serem meus passageiros ok?"

3. Tenho medo de panela de pressão e outras "cositas mais" como várias pessoas daqui dos blogs. Isto creio que trazemos de nossos antepassados. De qualquer forma não vivo sem elas, rsrs. Assim como o carro, são coisas que estou beeem mais tranquila, e espero superá-las por completo.

4. Gosto de todo tipo de música, mas ao mesmo tempo sou chata sobre o que ouvir ou cantar. Já abri excessões na profissão por dinheiro, e olha que fiz e faço numa boa hein, rindo e tudo! Pagando bem....rsrs

5. Amo demais minha família e meus amigos e gosto muito de cozinhar(sem a obrigação hehee), comer e beber, rsrsrs. Acho, assim como Rubens Alves que a sala e a cozinha não deveriam serem separadas. Estar com  pessoas queridas conversando, interagindo, bebendo algo gostoso, cozinhando ou assistindo um bom filme, não tem preço.  Leiam  o artigo que escrevi: Filme, gastronomia e Rubem Alves

6. Acredito em Deus, e isso é algo sério para mim. Através de Sua graça tento agir, dentro da minha infinita limitação, como Ele agiria. -Fico indignada com as bobagens que vemos e ouvimos em nome de Deus na televisão.   E completando, meu marido é o maior presente que Deus me deu, que mudou toda a minha vida!

É isso aí.

 

Indico para a brincadeira:

Ana e Lior do Café Montreal (quem estiver mais a fim, rsrsrs).

Mírian do Café com Poesia

Rosana do Blog da Zaninha

Ariane do Lunettes Rouges

Érika do Les Lapins

Well e Suzell no Canadá (quem estiver mais a fim tbm, rsrsrs)

19 de fevereiro de 2009

Dicionário linguístico online

2 .
Este ótimo dicionário da língua francófona que damos como dica hoje, é destinado principalmente às pessoas de nível avançado no idioma, ou pelo menos intermediário. Mas os "débutants" de boa vontade, com certeza se beneficiarão com ele.
Bem estruturado e com divisões claras como:
Morphologie, Lexicographie, Etymologie, Synonymie, Antonymie, Proxémie, Concordance, Aide, este portal léxico é uma ótima ferramenta de pesquisa, "tira dúvidas" e desenvolvimento linguístico, principalmente para quem usa o micro ou leptop para seus estudos ou trabalho.
dicionário francês-francês
Em Outlis, você encontrará links para alguns programas úteis de análise de textos, mudança de categoria sintática, glossário de nomes próprios, de adjetivos entre outros.

log dicionário Encontrará também registros de alguns dicionários como o Dictionárium latinogallucum Robert Estienne (1552).
Em Corpus, você terá acesso a textos livres de obras da literatura francesa por exemplo.
Então vamos ao que interessa:
Centre National de ressources Textualles et Lexicales
C’est parti.


17 de fevereiro de 2009

Imigração Québec - primeiros passos

1 .
Este post, é um geralzão para aqueles que pensam em imigrar para o Québec.

Primeiramente, para se imigrar para o Québec existem regras claras e diferenciadas. Vamos tratar aqui sobre a Imigração via Profissionais Qualificados. Partindo disto, é imprescindível você ter no mínimo uma formação técnica e estar atuando em sua área de formação por um certo tempo. Sabendo disto, o Passo I é fazer um teste online de auto-avaliação e saber sobre suas chances de imigrar. Neste teste de avaliação online, existe uma pontuação mínima a ser alcançada.
304222527_e8d1b2ad96
No final, com todas as questões assinaladas, você saberá se está apto a dar início ao Processo, ou se deverá tentar novamente antes de dar início. Tudo é uma questão de soma, como: idade, tempo de estudo, área de atuação profissional, tempo de serviço, se é casado(a), solteiro(a), se têm filhos, quantos filhos etc, etc. O idioma francês conta muito na pontuação. O inglês também, mas bem menos.

Tudo deve estar documentado e dependendo de sua formação e atuação profissional, aumenta consideravelmente o número destes documentos. No site de imigração você verá a lista dos documentos e os formulários a serem preenchidos.
Sendo positivo seu teste online, os passos II e III serão: (1)começar suas aulas de francês, (2)juntar a documentação pedida e enviar para o escritório de imigração em São Paulo para a análise. Veja quais os documentos exigidos e as etapas a serem atingidas no Site oficial do escritório de Québec em São Paulo.

Obtenha informações gerais sobre o processo de Imigração como: requisitos, etapas, lista de profissões em demanda, palestras de informação, prazos, custos e formas de pagamento, formulários, acesse o site:
immigration et communautés Qb

Estes são os 3 primeiros passos para quem deseja imigrar para o Québec via Profissionais qualificados. Passando por estes, outros virão!
Boa sorte!

Trabalhadores Permanentes - Primeiros Passos

Skilled Worker Canadá - Priority List

O plano de imigração de Québec para 2008

Passaporte Carimbado

TV Paranaense - Immigrating to Québec (vídeo)

Nova regra para a "Imigração Québec"

Assine o nosso conteúdo feed e receba as novidades do blog de forma prática e ordenada!

13 de fevereiro de 2009

Brasileiros de Montreal – parte III

0 .

A realidade política quebequense e a imigração

Brasileiros de Montreal – parte III 

 

Nesta terceira parte do estudo, o autor é didático ao subtema que desenvolve.

Veja aqui a parte I, parte II, parte IV, parte V, parte VI, parte VII, parte VIII e a parte IX  do estudo.

 

Brasileiros de Montreal
Luís Carlos Lopes

A realidade política quebequense e a imigração (introdução)

A questão da imigração está no centro da agenda política de vários países europeus, dos Estados Unidos e do Canadá. O incrível aumento do volume dos que desejam viver nestes países, e os problemas decorrentes deste fato vêm sendo discutidos em inúmeros espaços reais e simbólicos. Trata-se de tema recorrente das mídias, das campanhas eleitorais e das discussões públicas sobre a ação estatal. No chamado primeiro mundo, fala-se muito sobre os imigrantes e não existem consensos sociais absolutos sobre o problema.

Algumas forças, mais à direita, propõem o controle férreo sobre a entrada e a presença dos mesmos. Outros, mais moderados, desejam políticas de imigração que priorizem as necessidades de cada país, aceitando sistemas de seleção e de direcionamento feitos de acordo com o que se deseja em cada região. Obviamente, é muito difícil disciplinar a vinda dos imigrantes, que fazem de tudo para alcançar seus objetivos.

montrea1

No caso específico do Canadá, as possibilidades de maior controle existem e são criteriosamente praticadas. Mas, nada disto impediu que se formasse uma forte polêmica sobre o problema. As mídias locais vêm de há muito levantando questões referentes à validade sociopolítica da vinda e permanência de imigrantes e o conflito potencial entre os de descendência local e os que vêm de fora. Foram publicados panfletos de propaganda anti-imigrante [7] e livros acadêmicos [8] mais sérios tentando, de pontos de vista diversos, esclarecer o mesmo problema. Pode-se falar de uma agitação midiática da questão, que alcançou uma ampla repercussão sociopolítica.

Isto ensejou, nos últimos anos, alguns confrontos importantes. Eles se deram, principalmente, no domínio da manifestação da discordância de alguns grupos sociais. Felizmente, não ocorreram muitos casos onde o ódio étnico foi levado ao extremo. Todavia, é possível perceber a existência de uma tensão e de um mal-estar, tanto dos imigrantes, como o sentido pela população natural do Quebec. Isto ganhou maior potência, após os trágicos acontecimentos do 11 de setembro de 2001. A proximidade de Nova York - 600 km de Montreal - e a forte presença muçulmana no Canadá foram ingredientes significativos para um claro aumento das tensões.

O Canadá é oficialmente um país bilíngüe. Fala-se inglês e francês, além de centenas de outras línguas praticadas pelos autóctones e pelos imigrantes vindos de todo o mundo. A sua população total chega a mais de 31 milhões de habitantes [9], dos quais quase 18 milhões têm o inglês como língua materna e quase sete milhões nasceram no ambiente francofônico. Os demais tiveram, na origem, as centenas de línguas dos lugares de onde vieram. Destes, apenas 219 mil falam português e 345 mil, o espanhol. A imensa maioria dos falantes do francês habita a província conhecida pelo nome de Quebec. Pequenos núcleos francofônicos são encontráveis nas outras regiões do país.

3017043682_3c69774401_b

Os significados da mesma parole [10] jamais foram iguais para todos. Para os nativos, isto é, aqueles que se reconhecem como quebequenses pure laine [11], discutir o problema da imigração tem sido mesclado com as questões derivadas da história política local. A afirmação nacional vem parecendo, para alguns, ameaçada pela presença de outros povos e culturas distintas. A inquietação entre os imigrantes não tem sido pequena. Afinal, para eles, discutir as relações estabelecidas com o país e a sociedade de acolhida significa falar do presente e, em especial, do futuro a ser vivido por lá.

O nacionalismo quebequense sofreu vários golpes, nos últimos quarenta anos. O projeto de se tornar um país independente do Canadá foi, mais recentemente, praticamente abandonado pelas forças políticas locais, permanecendo, fundamentalmente, como peça de retórica. Não há, presentemente, a assunção da idéia de que não se deseja mais a independência, mas se está muito longe de se reivindicá-la a plenos pulmões como no passado recente. Fala-se, agora, em soberania, esquecendo, ao contrário da famosa placa de identificação dos automóveis [12], do ideal independentista. Os “negros brancos da América” (Vallières, 1968) se tornaram, espantosamente, mais claros e próximos aos ideais de vida do lado rico da América do Norte. Depois de dois plebiscitos (1980-1995) mal-fadados e das imensas modificações do estatuto da província frente ao conjunto do país, tudo se tornou diferente.

 

------------------------------------------------------------

[7] Ver, dentre outros, os livros de Bernard Thompson, Mathieu Bock-Côté etc.

[8] Ver livro de Victor Armony.

[9] Dados do Censo geral do Canadá referente ao ano de 2006.

[10] Parole seria, segundo Philippe Breton, a substância do processo comunicacional, isto é, o conjunto de atos de fala, de gestos, de uso de símbolos etc usados para que uma população se comunique entre si.

[11] Expressão de uso corrente no Quebec, que quer dizer de origem local, isto é, vindos de há muito da França. Os quebequenses são capazes de apontar a genealogia de suas famílias, recuando a até duzentos anos atrás ou mais. Os de ‘lã pura’ seriam os ‘donos’ da terra, do Canadá francês, como alguns gostam de dizer. Os sobrenomes desses habitantes indicam o pertencimento a uma das famílias que veio colonizar o Canadá Com isto, são excluídos os indígenas, os de origem anglofônica e os imigrantes do pós-guerra. São incorporados os frutos de uma pequena tradição de mestiçagem.

[12] Québec - je me souviens. Quebec - eu me lembro. Ver:


-----------------------------------------------------------------
Opino, que de tudo que lemos acima, o Québec, é uma das províncias mais tolerantes e abertas aos imigrantes que conhecemos. A frase: "Je me souviens", é muito presente nas vidas dos québecoises. Eles vivem sua história, cantam em músicas... Isto de certa forma faz do Québec um estado diferenciado do resto do mundo.

Mas as observações do autor são pertinentes, principalmente ao remeter à 11 de setembro, e ao fato de Montreal e Nova York serem cidades tão próximas.
------------------------------------------------------------------

 

Subtítulos das próximas partes do estudo:
- A realidade política quebequense e a imigração (continuação)
- A tentativa das acomodações razoáveis
- A cidade e a imigração
- Brasileiros em Montreal
- A parole dos brasileiros
- Entrevistados de Montreal
- Conclusões
- Bibliografia

Se você está chegando agora no Blog,
leia a parte I e a parte II do estudo: Brasileiro de Montreal

 

Artigos relacionados:

La devise «Je me souviens» (L'encyclopédie de L'AGORA)

Je me souviens... (Café Montreal- Blog da Ana e Lior)

Je me souviens! (Blog:De Anchietópolis ao Québec)

Je Me Souviens - Lara Fabian (vídeo youtube)

12 de fevereiro de 2009

Surpresa! Brasil perde dos EUA... no curling

2 .
Como se esperava, a seleção brasileira de courling levou uma lavada perdeu da seleção dos USA,  na estreia em Bismarck, na Copa Chalenge.

A seleção americana venceu a série melhor de cinco, por 3 a 0. O primeiro jogo terminou 13 a 2, placar idêntico ao do segundo jogo. Já no terceiro, a derrota foi um pouco menos dolorosa: 11 a 5. Na soma dos resultados, daria 37 a 9.

Bem, na minha opinião, só do Brasil ter desafiado o EUA....no curling, já é uma grande distinção. Lembremos que no Brasil não existe nenhuma quadra sequer de Curling. A própria Confederação Brasileira de Desportos no Gelo até o início de 2008, não havia ouvido falar dos quatro jogadores brasileiros que começaram a a jogar por brincadeira poucos meses antes entre seus estudos de pós-graduação e trabalho na universidade de Sherbrooke, no Quebec.

Veja o comentário do colunista do site "Último Segundo" Mauricio Stycer em seu artigo: Surpresa: EUA massacra o Brasil...no curling

"Com esse resultado, a equipe americana se habilita a disputar o Campeonato Mundial de Curling, um resultado tão esperado quanto chuvas de verão em São Paulo. Essa disputa consumiu muito papel de imprensa e telas de computador porque, pela primeira na história, um time brasileiro desafiou um americano por uma vaga no Mundial. Como lembrou o “New York Times ”, não existe uma única quadra de curling no Brasil. O desafio, por isso, teve o mesmo sabor que a participação da Jamaica nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 1988, na modalidade de bobsled - uma história recontada no filme “Jamaica Abaixo de Zero", com John Candy."
artigos relacionados:
- O Brasil e o Curling - Brasileiros desafiaram os Estados Unidos... no Curling
- Deu no New York Times:
A Curling Team Proves Not All Brazilian Sweepers Play Soccer

11 de fevereiro de 2009

O Brasil e o Curling

0 .
Brasileiros desafiaram os Estados Unidos... no Curling

Quatro brasileiros que se aventuram com as vassouras tiveram uma missão impossível pela frente: Derrotar o time americano na estreia em Bismarck, na Copa Chalenge. Pela 1ª vez o Brasil participou de uma competição Internacional de Curling .

Um esporte estratégico e praticamente desconhecido pelos brasileiros. Conhecido lá fora como "xadrez no gelo", ele exige habilidade dos jogadores para que a pedra de granito siga o caminho desejado pelo lançador. A vitória contra os EUA daria ao Brasil uma vaga no Campeonato Mundial deste ano.  

                              São estes os brasileiros  desafiantes:
CurlingTeam brasil
  • Celso Kossaka de Curitiba, PR,
  • Marcelo Mello de Porto Alegre, RS,
  • Cesar Santos e
  • Luis Augusto Silva, ambos de São Paulo
O quarteto do Brasil pratica o Curling a pouco mais de 1 ano em Sherbrooke, Québec, no Canadá. O técnico da equipe é o canadense Marc Richard, e a assistente, Judy Cassidy, também canadense. Vale ressaltar que o Canadá, é campeão mundial do esporte, e a nação anfitriã dos jogos.

A equipe brasileira de Curling jogou 5 partidas contra os EUA e a equipe vencedora tinha que  ganhar pelo menos 3 partidas. A primeira partida aconteceu no dia 30 de Janeiro. A  2ª e 3ª aconteceram no dia 31 de Janeiro e os dois últimos Jogos, foram no dia 1º de Fevereiro. Todos os jogos foram realizados no Capital Curling Club, na cidade de Bismarck, Dakota do Norte, EUA.
“Em nenhuma parte dos mais de 8 milhões de quilômetros quadrados tropicais do Brasil existe um campo dedicado ao curling, esporte de vassoura e pedra jogado no gelo que entrou para os Jogos Olímpicos de Inverno em 1998 .
Então, quando o corpo governante do esporte americano, o USA Curling, recebeu um desafio oficial do Brasil no verão passado pela segunda vaga do hemisfério ocidental para o campeonato mundial masculino de 2009, Rick Patzke, diretor de operações, não soube o que pensar.
O fato de Patzke saber que o Brasil tinha uma seleção mostra como os boatos correm nos círculos de curling. Os quatro jogadores brasileiros não eram nem conhecidos pela Confederação Brasileira de Desportos até o início de 2008 (UOL.com)"
Leia a reportagem completa do UOL “Jogadores de curling provam que nem todos os brasileiros jogam futebol, e saiba mais sobre estes corajosos brasileiros, e a importância do desafio contra os EUA numa estréia.


Conheça mais sobre o CURLING
  •  A história do Curling, no site da CDBG.

  •  Como se joga curling? "Varre, Varre, Vassourinha", na edição 228 da Super.


  • Assista abaixo um lance da final entre Canadá e Finlândia nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, disputado em Turim, na Itália:

    Felizes da vida pelos nossos amigos - TimeLines

    0 .
    Geeente, ontem tivemos a ótima notícia, quando o telefone tocou à noite. O pedido dos Exames Médicos da Aninha e do Lior do Café Montreal chegooou!!! Isso mesmo, dia 10/02.
    Ficamos muuuito contentes com a notícia. Foi um misto de alegria e frio na barriga. Muito legal!
    Gente, está chegando a hora! Agora vai meeesmo!

    Queríamos registrar também nossa alegria pelo super casal Ri e Ro, que receberam o pedido no dia 05/02, pelo Ismael, do Oh!! Canadáá!! , que recebeu o seu no dia 06, e pelos amigos Rô e Rê do Destino: Québec   cujo seus nomes apareceram no E-cas, no dia 09/02.   Então, pedidos a vistaaa, é só manter a calma, rsrsrs.

    Agora, só falta nós! Estamos ansiosos para dar logo a entrada no Federal. Só esperando  os antecedentes criminais que faltam.
    E vamos todo mundo "simbóooraaa" Aeeeeeee!!!
    super hiper abraço à todos vocês!

    Ahh, e você que leu este post, registra pra gente seu TimeLine! É sempre uma alegria saber das boas notícias que estão chegando!

    abraços amigoooos! E vamos comemorarrrr!!
    dea e juba

    10 de fevereiro de 2009

    8 de fevereiro de 2009

    Brasileiros de Montreal - parte II

    0 .

    Nesta segunda parte do estudo Brasileiros de Montreal, o autor fala sobre os imigrantes do Brasil. Discorre acerca da discriminação entre os naturais do país. Em contrapartida, analisa a distinção feita pelos nativos aos estrangeiros, principalmente de nacionalidade européia.

    tags: cultura humana, racismo, mestiçagem


    Se você está chegando agora no Blog, leia:


    Brasileiros de Montreal
    Luís Carlos Lopes



    parte II (continuação)

    Nas famílias de longa tradição, ricas e pobres, são facilmente encontráveis imigrantes que vieram de outros países. Destes, destacam-se os vindos da Itália, de Portugal e da Espanha, sobretudo entre 1850 e 1930. Neste período, houve notável esforço estatal e privado concebido já na direção de substituir progressivamente a mão-de-obra escrava de origem africana e de se produzir o branqueamento racista almejado pelas elites. Na mesma época, veio gente de toda parte criando influências de caráter universal. Nas décadas subseqüentes, o fluxo imigratório vindo do exterior persistiu, com menor fôlego, mas aportando muitos europeus e asiáticos no território brasileiro. Ainda hoje, o Brasil é receptor de imigrantes, agora vindos, mormente, de outros países da América Latina e de algumas regiões da velha Ásia.


    As origens indígenas e africanas, quase sempre negadas, estão estampadas nas faces da população, em vários aspectos da sua produção cultural e das características históricas da ocupação do território brasileiro. De modo recorrente, os brasileiros das classes médias para cima se imaginam como europeus ou seus descendentes. As elites culturais, com honrosas exceções, celebraram um país mítico, uma continuação da Europa, bem longe da verdade bio-histórica da população brasileira. A aceitação social relativa deste descolamento do real é compreensível, como decorrência de uma história eivada pelas formas mais radicais da exploração do homem pelo homem. montrea1
    Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2000, no último censo nacional realizado, a população brasileira teria chegado aos 170 milhões de habitantes. Destes, 53,7% se autodeclararam como ‘brancos’, 38,5% se entenderam como ‘pardos’, apenas 6,2% se compreenderam como ‘pretos’, 0,4% se disseram ‘amarelos’ e, surpreendentemente, só 0,4% do conjunto da mesma população, se entenderia como ‘indígena’ [6]. Nos moldes desta autocompreensão o Brasil seria um país de ‘brancos’ e ‘pardos’, com minorias de afrodescendentes, ameríndios e orientais. A autodeclaração racial permite a construção livre de identidades, sob forte influência de uma cultura que já foi chamada de ‘democracia racial’, com todos os problemas derivados da busca do consenso social sobre as origens bioculturais dos brasileiros. Todas as culturas humanas constroem representações do real, imaginando como são e porque são deste modo e não de outro. Por outro lado, tais construções são poderosos indicadores da mesma realidade.

    A escravidão dos autóctones, encerrada formalmente em fins do século XVIII, implicou a assimilação biossocial dos que sobreviveram ao extermínio e ao cativeiro. O fenótipo dos brasileiros indica as fortes presenças indígena, européia e africana na constituição das características corpóreas da população. A cor da pele, os traços fisionômicos, o porte físico e o tipo de cabelo demonstram a imensa mestiçagem do país. Os brasileiros carregam nos seus genes suas origens, mas sempre houve espaço para a inclusão de imigrantes de outras proveniências. O problema é perceber que suas culturas não necessariamente as compreendem. A negritude e as origens indígenas encontram dificuldades de afirmação nos processos representacionais da nação brasileira. É mais fácil que os brasileiros se imaginem como europeus, mesmo que suas características biossociais revelem algo diverso.

    Entretanto, as bases materiais das culturas do país terminam por se impor, especialmente, em traços de comportamento gregário e afetivo especiais, que remetem à velha África, às Américas pré-colombianas e aos povos ibéricos. Diferentemente de outras formações históricas, a brasileira notabiliza-se pelo baixo nível de xenofobia. Raramente, alguém foi ou é julgado e admoestado por aqui por ter origem nacional distinta. A tendência dominante é a da incorporação, da aceitação do outro, principalmente se ele não se assemelha aos que são discriminados no país. Ser estrangeiro no Brasil é um sinal de distinção, de se pertencer a um grupo superior aos nascidos no país. A descendência de estrangeiros, revelada por sobrenomes e características fenotípicas européias e, mesmo, orientais, consiste em inegável vantagem social. Os brasileiros de origem tendem a reverenciar os que vêm de fora, aceitá-los a priori e considerá-los rapidamente como parte da vida social.

    Os casos conhecidos de xenofobia foram e são poucos e dificilmente elevados ao nível do ódio radical e da tentativa de destruição do estrangeiro. Ao contrário, sempre foi mais fácil os naturais do país serem discriminados pelos mesmos. Faz-se pilhéria com a dificuldade de alguns imigrantes falar o português, com aspectos de seus hábitos, mas isto não implica, ou implicou no passado, em guetificações ou a impossibilidade de se trabalhar e de viver em comunidade. Há registros de casos pontuais e de grupos com pendores desta natureza. Entretanto, nada disto é comparável ao que se conhece na história de inúmeros países.
    A regra étnica geral do Brasil situa os mais brancos no topo e no meio da pirâmide social, no que refere a apropriação da renda nacional. Os mais escuros tendem, com exceções, a estar na base, no modo em que as etnias organizaram-se na constituição da modernidade brasileira. Há evidências inquestionáveis que a cor da pele e outros atributos físicos são elementos cruciais para as possibilidades de mobilidade social. Quanto mais branco, as possibilidades são maiores. A cor escura ou a origem ameríndia claramente definida tornam a ascensão mais difícil, bem como a manutenção de posições alcançadas. Isto vale, mormente, para os afrobrasileiros descendentes dos escravos, mas, também é válido para os mestiços do caldeirão étnico local e os que descendem das populações ameríndias.

    No Brasil, muito se conhece das migrações forçadas de fora para dentro do seu território, especialmente, com os quatro séculos de tráfico internacional de escravos africanos. Dentro da colônia, sabe-se o mesmo com o aprisionamento de índios do sertão - as entradas e as bandeiras - para alimentar o mercado interno de escravos, até o século XVIII. No século XIX, o país já independente conheceu a migração massiva alguns milhões de europeus, ocorrida, em larga escala, entre 1850 e 1930, no afã da substituição do trabalho escravo, do povoamento de regiões estratégicas e dos esforços das primeiras tentativas de industrialização.

    Na modernidade, o movimento de pessoas pelo território brasileiro passou a ser, sobretudo, interno. As regiões mais pobres, sobretudo a nordeste, alimentaram, com o envio de milhões de seres humanos, vários projetos econômicos no norte e, mais ainda, no sudeste e no centro-oeste. Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra, a vinda de estrangeiros era pouco expressiva quantitativamente, apesar de algumas ondas pontuais de imigração, sobretudo dos vindos da península ibérica. Mais recentemente, o país tem mantido sua tradição de recepção de imigrantes vindos de toda parte do mundo, agora, mormente, da Ásia e dos demais países da América Latina.
    foto blog montreal
    Brasileiros abandonando o país, no mesmo tempo, era fato praticamente desconhecido, por efeito do número inexpressivo dos que iam para o exterior para ficar, no pós-guerra. Somente nas últimas duas décadas é que se começou a notar a existência de uma nova diáspora. O principal destino dos brasileiros deste tempo vem sendo a ida em massa para a América do Norte e para alguns países europeus. A existência de emigrantes brasileiros espalhados pelo mundo é algo que ainda surpreende os corações e mentes dos seus compatriotas.

    Não existem cifras absolutamente confiáveis sobre o exato tamanho dos emigrantes que saíram do Brasil nos últimos vinte anos. Algumas estimativas falam em quatro milhões, outras cortam pela metade este número. Entretanto, os brasileiros são bastante visíveis mundo afora. Mesmo não se sabendo quantos realmente são, pode-se dizer que são muitos, pelo menos, algo próximo de dois por cento da população total. Como o Brasil é um país muito populoso, tal número não representa muito, considerando-se, por exemplo, as diásporas dos países vizinhos, notadamente a do Uruguai e a da Argentina. Todavia, o impacto da ida de brasileiros para outros países é bastante visível socialmente e, hoje, fortemente representando pelas mídias do país. Ir para o estrangeiro passou a ser uma das opções de vida possíveis, principalmente, para os jovens. Isto alimenta os sonhos de bem-aventurança de milhões.
    [6] Mapa da Distribuição Espacial da População, segundo a Cor ou Raça - Negros e Pardos". IBGE, 2008.
    fim da introdução  

    Subtítulos das próximas partes do estudo:
    • A realidade política quebequense e a imigração
    • A tentativa das acomodações razoáveis
    • A cidade e a imigração
    • Brasileiros em Montreal
    • A parole dos brasileiros
    • Entrevistados de Montreal
    • Conclusões
    • Bibliografia
    Se você está chegando agora no Blog, leia a

    Assine o nosso conteúdo feed e receba as novidades do blog de forma prática e ordenada!

    Notícias - Canadá e Brasil

    0 .
    Leia as últimas notícias clicando nos títulos.

    Montreal:
  • Editorial: O Mundo diminuiu e a busca por educação é feita por gente de outras terras
  • Meditação ajuda a aliviar a dor, indica estudo
  • Brasil perde chances e é superado por Paraguai na Fed Cup
  • Três canadenses morrem atropelados por caminhões que retiram neve das ruas
  • Cultura angolana em Montreal

    Montreal no Brasil
  • "Amjad" com coreografia de Édouard Lock no CCB

     
    Toronto:

  • Canadá promove primeiro concerto para surdos

    Québec, Rhône-Alpes e Paraná
  • Cooperação apóia turismo rural no Paraná


    Toronto

  • Canadá pode aceitar 3 presos de minoria chinesa detidos em Guantánamo

  • 6 de fevereiro de 2009

    Tecnologia - tabela salarial

    0 .
    (pós tópico - link arrumado)

    Essa tabela de salários é para o pessoal de TI.
    No site , você poderá pesquisar e comparar a média salarial de vários países, cidades e área específica de atução.


    3 de fevereiro de 2009

    Brasileiros de Montreal - parte I

    0 .
    Estudo sobre a presença dos imigrantes brasileiros em Montréal . Veja que interessante a abordagem histórica do autor sobre "a busca do paraíso" na introdução. Ele volta a discorrer o assunto em A parole dos brasileiros e na conclusão.

    Primeira parte:
    • Resumo
    • Apresentação
    • Introdução (parte dela)
    Se você está chegando agora no Blog, seja muito Bem-Vindo e leia:


      Brasileiros de Montreal

      Luís Carlos Lopes

      Resumen: Este artigo discute o problema da presença dos imigrantes brasileiros em Montreal, sob os pontos de vista históricos, antropológicos e comunicacionais. Procura esclarecer as raízes culturais do Brasil, Canadá e Quebec e seus efeitos na formação do que o texto chama de cultura da imigração.

      Seu principal ponto de apoio é da análise da presença brasileira, frente ao que se denomina, no Quebec, de acomodações razoáveis. Discute as implicações objetivas e subjetivas do mesmo fenômeno. Deseja fixar o que chamou de parole dos brasileiros que habitam a cidade de Montreal. Explora suas percepções e seus modos de comunicá-las.

      A importância deste texto relaciona-se à ampla discussão internacional sobre as migrações em um mundo globalizado. Ao discutir os problemas relacionados a imigração brasileira recente para o chamado primeiro mundo, o autor tenta compreendê-la em sua totalidade, a partir da especificidade do caso montrealense.
      Palabras clave: cultura; comunicação; parole; globalização

      montrea1
      Apresentação

      O texto que se segue foi escrito a partir da observação direta do problema da imigração para o Quebec e o da permanência dos brasileiros em Montreal. Seu autor viveu um ano (2007) na cidade, na condição de imigrante temporário, pesquisador e de professor universitário [1]. Já conhecia a urbe desde 1987, e lá tinha vivido e estudado por sete meses, entre 1997 e 1998.

      Desta última vez, foi possível ter ainda mais contatos com membros da comunidade brasileira local, fazer entrevistas e conhecer aspectos do trabalho do Consulado brasileiro [2]. Nas livrarias e nas bibliotecas, foram encontradas algumas das fontes em que esta pesquisa se baseou. Mas foi o contato direto com os brasileiros, quebequenses e imigrantes de outras nacionalidades, o que lhe permitiu conhecer melhor do objeto de sua pesquisa. A conversação direta mantida com seus compatriotas foi o elemento mais importante para que se chegasse às conclusões aqui apresentadas.

      As análises realizadas levaram em conta a experiência humana vivenciada. Ela permitiu que se compreendessem melhor os problemas da condição de imigrante brasileiro em Montreal e as questões políticas relativas à imigração para o Quebec. Quis-se reunir, nesta pesquisa, um mosaico de informações e de argumentos que permitisse ao leitor entender em profundidade o que se passa nesta cidade e com os brasileiros que nela habitam. Na verdade, este texto consiste em um estudo preliminar que deverá se desdobrar numa avaliação mais geral da imigração dos brasileiros para o Canadá e, talvez, para os demais países do denominado primeiro mundo. Por isso, algumas de suas passagens vão além do seu principal foco.

      Sua idéia central foi a de capturar a parole dos brasileiros em Montreal, incluindo nisto o ponto de vista específico do seu autor. Seguindo as regras de uma avaliação hermenêutica crítica e de profundidade, buscou-se trabalhar com o contexto histórico-social, os sujeitos envolvidos e seus discursos. Para falar dos brasileiros, foi necessário falar um pouco sobre o Brasil, outro tanto sobre o Canadá, Quebec e Montreal. Espera-se que isto sirva para o leitor se situar na discussão dos significados da presença brasileira na maior cidade francofônica, fora dos domínios territoriais da França.
      blog 2
      O autor é cônscio que o problema da diáspora brasileira não se resume ao caso montrealense. Ao contrário, a experiência vivida pelos brasileiros nesta cidade tem suas especificidades, mesmo que tenha elementos comuns aos demais casos. As questões levantadas apontam para o conjunto das migrações massivas e contemporâneas para o exterior. Um dos motivos de se escrever este texto foi o de perceber que os candidatos a emigrar pouco sabem do que realmente vão encontrar em outras realidades. Outro foi o do combate ao pouco conhecimento dos que ficam no Brasil sobre o mesmo assunto. A observação de vários atos de propaganda, discursos existentes em sítios eletrônicos e comunidades virtuais permitiu demonstrar o fácil romantismo e a pouca objetividade, na decisão de deixar o seu país natal. A idéia perseguida foi a de fornecer dados e argumentos mais precisos, para quem deseje se aventurar pelo mundo afora.

      O partido deste texto é o dos brasileiros [3]. Ele foi escrito, em português, para eles. Talvez, possa interessar a outros imigrantes. Quem sabe, despertará a curiosidade de pessoas dos países que os recebem. Sabe-se que o problema não tem pátria ou dono. Pertence a toda a humanidade nesta atual fase da modernidade. As migrações internacionais é uma das dimensões menos conhecidas do que se convencionou chamar de globalização. 


      Introdução
      A expectativa de se chegar ao paraíso e a busca dele no espaço terrestre é uma constante desde a Idade Média ocidental. Esta aspiração serviu para fundamentar a cultura da expansão ultramarina e se manteve no processo de colonização, tal como explicou Sérgio Buarque de Holanda (1958), no seu clássico historiográfico, Visões do Paraíso. Portugueses e espanhóis viram nas terras e nos povos descobertos algo referente aos seus ideais edênicos de pureza e elevação humana. Nada disto impediu o extermínio programado e a escravidão dos nativos, até porque o ideal edênico foi facilmente transferido pela empresa colonial, com maior potência, para a geografia natural e suas riquezas.

      Fundamentaram estas visões as idéias de: um clima perfeito, sem maiores oscilações; uma natureza abundante, “onde se plantando tudo dá”; um local paradisíaco acalentado fora dos domínios terreais dos colonizadores; por fim, os indígenas seriam seres humanos que não conceberiam o sexo como eixo central do ‘pecado original’. Houve consenso quanto aos benefícios do clima e da terra de onde se poderiam extrair riquezas e fazer a produção agrícola. A questão dos nativos permaneceu como um paradoxo durante o período colonial, chegando aos dias de hoje como problema não inteiramente resolvido nas culturas das ex-colônias ibéricas.

      Alguns setores da Igreja da Contra-reforma continuaram no caminho da busca e do possível ato de recriação do paraíso por meio da proteção relativa dos indígenas, chocando-se com o poder colonial. Esta posição era relativa, por os entender como carentes da evangelização e do seu agrupamento econômico em torno da hierarquia eclesiástica. A dialética do processo colonial implicou em uma dupla abordagem. De um lado, os nativos foram vistos como empecilhos a serem eliminados ou entes a serem escravizados, ou ainda, submetidos a outros tipos de trabalhos forçados. De outro, em especial os jesuítas, os viram como descendentes diretos do velho paraíso, imaginado por suas cosmogonias. Os esforços político-argumentativos de Bartolomé de las Casas [4] e as ações de resistência dos jesuítas das Missões podem ser compreendidos como fatos da mesma cepa.

      A tradição, trazida pelo colonizador ibérico, compele aos brasileiros atuais a continuar a busca do paraíso. Eles prosseguem na senda de origem do processo colonial. A diferença é que hoje, simplesmente, a invertem. O paraíso terrestre, nesta nova visão edênica, poderá estar no exterior ou, em lugares mais desenvolvidos do Brasil. A crença inabalável na existência de um mundo sem males, além do espaço material em que se vive, implica a busca de saídas para as dificuldades encontradas. Tem-se, no país, uma longa experiência de migrações internas. A forte diferença entre cidade e campo, mimetizada na existente entre o centro e a periferia estimularam e estimulam a busca de eldorados no país ou fora deste.

      A maior parte da população dos grandes centros tem origem em outras regiões. Alguns vieram de longe atravessando a continentalidade brasileira. Outros saíram de suas pequenas cidades no interior da mesma unidade da imensa federação ou de suas proximidades. Pelo menos, os avós das atuais populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre etc não nasceram nestas megalópoles. O mais comum é o fato de que o habitante das grandes e médias cidades ser alguém que veio de fora ou filho de quem proveio de outros lugares. A mobilidade geográfica e social do país é conhecida. Ser brasileiro é, na maioria dos casos, existir como uma pessoa com laços de parentesco étnico e geo-espaciais múltiplos. Nos versos do poeta, à busca de reagir contra os regionalismos excludentes:

      O meu pai era paulista. Meu avô, pernambucano. O meu bisavô, mineiro. Meu tataravô, baiano... [5]

      Em outras palavras, ser brasileiro, mesmo oriundo das elites, significa ter raízes espalhadas pelo longo território do país. O processo de urbanização mais aguda tem apenas meio século, que é também o tempo de existência madura do capitalismo industrial do Brasil. As mudanças ocorridas nestas últimas décadas movimentaram enormemente a população, a realocando do interior em direção aos maiores centros urbanos.
      Luis Carlos Lopes

      Notas:

      [1] O autor exerceu a função de leitor do Brasil, escolhido em seleção pública. Foi vinculado ao Consulado brasileiro local e a uma universidade do Quebec.

      [2] Aproveita-se a oportunidade para agradecer ao Sr. Cônsul do Brasil em Montreal, Embaixador Washington Luis Pereira de Sousa, pelo apoio dado a esta pesquisa, bem como aos funcionários do consulado, pelas ajudas prestadas.

      [3] Aproveita-se para agradecer as sucessivas ajudas e esclarecimentos dados generosamente por Ismael Cordeiro, imigrante brasileiro há mais de 16 anos, militante cultural e social, bastante conhecido entre os seus compatriotas de Montreal.

      [4] Ver as obras clássicas de Las Casas e o livro de Tzvetan Todorov sobre a questão do outro (alteridade), versando sobre as opiniões dos colonizadores espanhóis e dos colonizados indígenas, no início do processo de dominação do México e do Caribe.

      [5] Chico Buarque de Holanda. Paratodos.
      -----------------------------------------------------------------------------

      Luís Carlos Lopes é pesquisador e professor universitário.

      fonte: RCI (Rádio Canadá Internacional) 
      -----------------------------------------------------------------------------

      Leia na segunda parte do estudo Brasileiros de Montreal:
      • término da introdução
      Partes seguintes:
      • A realidade política quebequense e a imigração
      • A tentativa das acomodações razoáveis
      • A cidade e a imigração
      • Brasileiros em Montreal
      • A parole dos brasileiros
      • Entrevistados de Montreal
      • Conclusões
      • Bibliografia
      Assine o nosso conteúdo feed e receba as novidades do blog de forma prática e ordenada!