18 de junho de 2008

Canadá de olho nos casamentos forjados


Imigração promete fechar o cerco aos casamentos forjados


O problema dos casamentos que têm como único objetivo a entrada e permanência legal no Canadá não é novo, mas Ottawa parece agora querer atacá-lo de frente. A ministra da Imigração Diane Finley não entra em detalhes, mas o governo montou equipes à paisana, de até cinco pessoas, para investigar casos de uniões fraudulentas arquitetados em outros países.

A meta das investigações não são casos específicos, mas regiões e cidades onde há suspeita de que o problema seja endêmico. E apesar de ninguém do governo confirmar, tudo indica que a área de atuação seja prioritariamente Vietnã, China e Índia, todos eles países com tradição de casamentos arranjados por familiares.


Casamento vendido e vítimas do amor

O que aflige os canadenses é menos a troca do direito à cidadania por um punhado de dólares e que envolve um casamento por conveniência, só para ser aprovado pela Imigração. Aqui, a maior preocupação é com os casos em que um esposo ou esposa são mesmo passados para trás, iludidos com juras de amor que desaparecem assim que o golpista sente-se seguro, com direito adquirido quanto à cidadania.

Mas o governo pode sair no lucro. Ao tentar coibir o casamento que é fraude, pode acertar também no casamento por conveniência. Os funcionários da Imingração já estão sendo treinados para questionar mais e melhor qualquer caso suspeito e há ainda a expectativa de que outras medidas sejam anunciadas nos próximos meses.

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Efeito colateral

No meio do fogo cruzado alguns casais legítimos podem ser as maiores vítimas desse cerco fechado que o governo promete manter em torno dos casamentos entre cidadãos canadenses e estrangeiros. Relações genuínas tendem a ter menos provas de sua existência e longevidade que relacionamentos encenados, que chegam a produzir festas de cerimônias de casamento falsas com direito a muita fotografia e uma riqueza impressionante de detalhes.Outra conseqüência pode ser uma mudança nas regras da qualificação para residência permanente. Quem mais pressionan nesse sentido são as vítimas do golpe do casamento. Elas alegam que o sofrimento vem em dose dupla. Há o impacto emocional da fraude, mas também há uma perda considerável de dinheiro.


Quem paga a conta

É comum que a parte mal intencionada rompa a relação depois de ter assegurado seu direito de permanência no país só para, no momento seguinte, entrar com algum pedido de ajuda na rede de assistência social canadense. Mas, nesse caso, quem fica com a conta da assistência é, tecnicamente, o patrocinador daquele processo de imigração que assinou um documento assumindo esta responsabilidade.

Para tentar proteger o sponsor, há hoje um movimento que tenta mudar as regras do sistema. Hoje, todo esposa ou esposo estrangeiro de um canadense passa a ter o stauts de permanent residency assim que tem a liberada a entrada no país. Os grupos de vítimas de casamento fraudulento querem acabar com esta possibilidade. Mas o problema tem se mostrado mais complexo. Medidas assim podem, por exemplo, colocar um recém-chegado em uma posição vunerável, no caso do companheiro se revelar abusivo.

fonte: Brasil News

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