31 de março de 2009

Vírus Conficker - urgente

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Acabamos de receber este comunicado URGENTE da Mírian do Café com Poesia. Como sabemos que ela é uma pessoa séria e não é de alarde, estou repassando:

 

Conficker - Kit de Sobrevivencia!

Está previsto para amanhã dia Primeiro de Abril, e não é uma pegadinha, um dos mais terriveis virus jamais produzidos o CONFICKER.
Ninguem sabe o que vai acontecer a meia noite de hoje, mas teme-se que milhoes de computadores serão infectados.
A grande pergunta é: o que ele vai fazer? levar todos os dados inclusive senhas e numeros de cartões de crédito? Ninguém sabe, mas vamos descobrir em breve... ou não, como diria Caetano.


Conficker é um vírus extremamente inteligente, ele pode inclusive pregar uma peça e ao invés de atacar amanhã como está previsto, deixar para algum outro dia próximo para pegar a maioria de surpresa.
Ele está programado para atacar 50 mil sites diariamente e ao acaso.


Primeiro passo para se proteger Windows Update, certifique-se que seu antivirus está funcionando e update.
Se o Conficker já estiver no seu PC seu antivirus pode parar de funcionar. Caso não esteja funcionando tente oSafe Mode
Se voce teme o Scanner da Microsoft (algumas pessoas tiveram problemas com ele)tente:
Symantec's Conficker (aka Downadup), Trend Micro's Cleanup Engine, ou Malwarebytes.

 


O Conficke pode impedir que seu PC acesse esses websites, nesse caso voce terá que fazer o download a partir de um PC não infectado.
O conselho final, que pode salvar sua vida, e estou falando sério, é fazer um back up completo hoje antes da meia noite.

 

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O que não adianta fazer: Desligar seu PC hoje e só ligar no dia 2 de Abril. Infelizmente isso não protege contra vírus. Se o malware já estiver no seu PC, ao ligar no dia 2, ela vai apenas ser ativado um dia depois.
Também não resolve mudar a data do seu PC. Se voce tem um Mac, ele não é alvo desse virus. Mas infelizmente só porque ele é menos usado.

 

Veja a reportagem completa no jornal do Yahoo. Ou apenas cologue a palavra no Google e confira:  Last-minute Conficker survival guide.

 

Mesmo que nada aconteça vamos nos prevenir!  Repassem para o máximo de pessoas que puderem, assim que lerem este post!

dea

29 de março de 2009

Moradia – Boas Dicas

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Atualizando a tag MORADIA  e inaugurando o "Boas Dicas" do Blog Juba e Dea, onde redirecionaremos posts úteis e interessantes de diversos assuntos de outros sites e blogs.
Sem delongas, vamos lá:
 dicas
As últimas de quem estão no Canadá: 
Well e Suzell nos deram boas dicas em  Chegando–Alugando e complementaram em Chegando-Alugando 2 sobre tipos de imóveis e links de sites de aluguel.

A Fernanda (por enquanto no Brasil) do On y va au Québec! fez uma ótima pesquisa de preços de imóveis para alugar em diferentes bairros de Montreal no post A procura por um lar! Vale a pena dar uma espiada para termos uma noção.
Well e Suzell nos lembram que o imóvel "definitivo" deve ser visitado pessoalmente antes de alugarmos.

Ficam aqui as dicas! Outras boas virão!!
abçs

27 de março de 2009

Atualização do TimeLine

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  Entrada no Federal  

ultimo23Pessoas, depois de um longo e tenebroso "calor da peste" aqui do Brasil, demos entrada segunda-feira no Processo Federal! AêÊ! Formulários detalhistas, fotos, antecedentes, CSQ, etc. Bem, os antecedentes criminais foi uma novela a parte, mas en fin, segunda, dia 23 de março, Juba juntou tudo, levou ao consulado canadense, sim, pagou antes a taxa no HSBC de R$2.020,00 e voilà!

 

Outra ótima notícia é que meu irmão e minha cunhada , Leandro e Louise também no mesmo dia, fizeram a entrevista e passaram ÊÊÊÊ. Ms Le Blanc era o entrevistador, então, foi suuuper tranquilo. Simpatia conhecida, dicas importantes para quando eles chegarem em Québec, em fim, muito legal.  Eu e Juba, claro, estamos bem contentes com o resultado e também com a entrada de nosso processo!

 

É isso geeente! Tomara que o nosso processo corra rápido como foi com o de vocês! A resposta dada no consulado é a mesma: Até 10 meses, afff! Bem, a atendente disse ao Juba que o nosso processo seria aberto já no mesmo dia, isso nos deu um certo ânimo!

 

Torçam amigos!

abçss

dea e juba

20 de março de 2009

Brasileiros de Montreal – parte VI

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Continuando nosso estudo, aqui o autor fala dos primeiros imigrantes brasileiros em Québec, Montreal e das recentes emigrações para o Canadá e suas possíveis causas ou escolhas. Ele também pincela um pouco da história da cidade de Montreal.

 

O que já vimos:

parte I Resumo, Apresentação e Introdução : Estudo sobre a presença dos imigrantes brasileiros em Montréal . Interessante a abordagem histórica do autor sobre "a busca do paraíso" na introdução. Ele volta a discorrer o assunto em A parole dos brasileiros e na conclusão.

parte II - Nesta segunda parte do estudo Brasileiros de Montreal, o autor fala sobre os imigrantes do Brasil. Discorre acerca da discriminação entre os naturais do país. Em contrapartida, analisa a distinção feita pelos nativos aos estrangeiros, principalmente de nacionalidade européia.

parte III - A realidade política quebequense e a imigração
Nesta terceira parte do estudo, o autor é didático ao subtema que desenvolve.

parte IV - Nesta quarta parte do estudo, vemos o final de "A realidade política quebequense e a imigração". O autor fala ainda sobre o imigrante e o multiculturalismo e possíveis dificuldades de convivência na sociedade quebequense em "A tentativa das acomodações razoáveis"

parte V - Aqui fechamos o subtítulo: "A tentativa das acomodações razoáveis"  O autor discorre sobre o problema dos conflitos reais e potenciais entre os imigrantes e os quebequenses de origem. Assunto este que faz parte do Relatório Bouchard-Taylor (2008)

 

Brasileiros de Montreal

Luís Carlos Lopes

 

A cidade e a imigração

A presença de um contingente de brasileiros na cidade de Montreal, no longínquo e gélido Canadá, consiste em um caso especial que merece um exame criterioso. Este talvez possa lançar luzes sobre o conjunto da atual diáspora brasileira. Parte-se do princípio que a imigração é construída a partir de uma cultura. Esta se estabelece através de atos de fala, de uma ‘parole’ [18]que reúne os valores necessários ao convencimento do novo pertencimento e da nova opção de vida.

 

Esta cultura seria formatada pelos sujeitos envolvidos no processo. Nela estariam presentes: a propaganda oficial do governo e da região de atração dos imigrantes; o modo que as modernas mídias e seus auditórios entendem o país de destino e o percurso dos imigrantes; a compreensão dos que emigram sobre o que fizeram e em que condições desenvolveram suas ações. Por fim, a situação objetiva dos imigrantes no país adotivo.

 01 (foto: Jamal Golshan)

A presença mais concreta de brasileiros na maior cidade francófona da América do Norte data da década de 1960. Antes, são conhecidos casos da presença de funcionários brasileiros das empresas canadenses que atuavam no Brasil e do pessoal diplomático. O principal motivo da vinda de brasileiros para se radicar no Canadá e especificamente em Montreal foi a diáspora provocada pela ditadura militar. De sua instalação, em 1964, até o começo de sua crise, no final da década de 1970, dezenas de brasileiros se estabeleceram na mesma cidade. Não existem estatísticas de quantos e nem de quanto tempo lá permaneceram. Entretanto, alguns terminaram por se radicar definitivamente, desenvolvendo famílias bastante integradas ao país do exílio. A longa permanência, de mais de uma década [19], fez com que alguns jamais voltassem ou que os membros destas famílias permanecessem no lugar que os acolheu.

 

As outras levas de imigrantes que optaram pelo Quebec (Montreal) correspondem aos sucessivos problemas históricos, políticos e econômicos vividos no Brasil das duas últimas décadas. As migrações, que escolheram essa província, cidade e país, o fizeram por motivos distintos dos da primeira geração. Não estavam mais tangidos pela ameaça da tortura, da morte, da prisão ou da impossibilidade de trabalhar. Não buscavam, como os anteriores, um lugar onde pudessem viver sem maiores riscos de perseguição política.

 

A emigração mais recente de brasileiros para o Canadá relaciona-se com a nova diáspora, bastante vinculada ao que se convencionou chamar de globalização. Nesta nova ordem mundial, muitos procuram realizar o que não conseguem em seus torrões natais. Ir para o chamado Primeiro Mundo significa, entre outras coisas, buscar meios de sobreviver com maior dignidade. No caso específico, isto vem ocorrendo por efeito de uma combinação de fatores.

 

Estes incluíram razões: econômicas, vinculadas às dificuldades de emprego ou de salários condizentes no Brasil; sociais, relativas a estilos de vida considerados impróprios e de difícil exercício no país natal; afetivas, por considerarem o Canadá e, especialmente, a província do Quebec como um lugar especial, onde se poderiam realizar sonhos, em paz e maior segurança. Esta combinação de razões objetivas e subjetivas ainda é sublinhada pelos imigrantes brasileiros que vivem em Montreal. Nelas estariam gravadas as bases para a constituição de uma cultura da emigração, desenvolvida a partir do Brasil. Ocorreria o mesmo no país de destino, com a formação de uma cultura dos imigrados, dos brasileiros neste novo tipo de exílio.

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Montreal é uma cidade com uma história de menos de quatro séculos. De há muito, é o centro da presença da francofonia na América do Norte. Ao mesmo tempo, a presença inglesa está fortemente marcada na maior parte do seu urbanismo e arquitetura. Cresceu e chegou ao século XXI com várias outras ambivalências, tal com a de ser a capital econômica e social da província do Quebec, que tem como capital político-administrativa a cidade com o mesmo nome da província.

 

Sua geografia urbana se divide, no essencial, em dois, os setores anglofônico e francofônico, nem sempre claramente delimitados. Em ambos, situam-se os enclaves multi-étnicos e os bairros com evidentes mesclas lingüístico-culturais. Os dois idiomas oficiais do país são praticados de acordo com as regiões de moradia e os ambientes de trabalho existentes. É forte o avanço progressivo do uso da língua inglesa, bem como a resistência do francês ao modo local, quebequense, que é uma variação idiomática da língua falada na França.

 

Trata-se de uma cidade industrial, comercial e financeira, concentrando parte significativa dos negócios do país. Seu centro urbano atual é marcado pelos prédios de arquitetura pós-moderna, que convivem com construções de estilo neoclássico, por vezes, vitoriano. Em todo o espaço urbano, nota-se a presença das influências passadas e presentes das duas ex-metrópoles e, hoje, as vindas do vizinho poderoso, isto é, dos EUA. O modo de vida local é similar ao conhecido em todo o Ocidente. O uso do automóvel é muito presente, convivendo com um excelente sistema público de transporte, que combina o uso do metrô, dos ônibus e dos trens que alcançam alguns dos subúrbios mais distantes.

 

Como em algumas metrópoles dos Estados Unidos, parte substantiva das classes médias abandonou o centro urbano e foi habitar os subúrbios, a partir da década de 1970. Isto aumentou a geografia física da cidade para além do Rio São Lourenço, na margem do qual ela foi erigida. Várias pontes ligaram a ilha fluvial, onde Montreal está localizada, às regiões onde se instalaram suas projeções suburbanas. O grau de verticalização desta urbe ainda é pequeno. A maioria de seus habitantes mora em apartamentos ou casas de no máximo três pavimentos. Entretanto, faz-se notar a especulação imobiliária com o aparecimento de prédios de moradia mais altos, visando maximizar o uso do espaço geo-urbano.  (continua na parte VII do estudo)

 

Notas:

[18] No sentido dado por Breton a esta palavra.

[19] A Anistia política aos opositores da ditadura foi aprovada em 1979 e vem sendo implantada desde lá.

16 de março de 2009

Atualizações da lista de Blogs, novas entrevistas e comemorações!

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Amigos e amigas!

Hoje acrescentamos links em nossa lista de blogs. Se o seu blog que nós bisbilhotamos não estiver na lista, manda uma mensagem para a gente ok?

Ah, outra coisa, brevemente postaremos notícias sobre nosso TimeLine! Assim espero geeente!

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No mais, estamos muito felizes pelo bota-fóra do pessoal que está recebendo os vistos permanentes. Na torcida pelas novas entrevistas que estão aí e que com certeza serão um sucesso!!

Comemoraremos muitooo!!

 

super abraços.

dea e juba

12 de março de 2009

Coisas do Brasil

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(Clique nas fotos para ampliá-las)

erro-anuncio

nota de falecimento

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Brasileiros de Montreal – parte V

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Parte longa do estudo, mas que fecha o subtítulo.

O autor discorre sobre o problema dos conflitos reais e potenciais entre os imigrantes e os quebequenses de origem. Assunto este que faz parte do Relatório Bouchard-Taylor (2008).

Leia aqui a parte I, parte II, parte III, parte IV, parte VI, parte VII, parte VIII  e parte IX

 

A tentativa


Luís Carlos Lopes

 

Os autores em tela defenderam, em seu relatório, os princípios do que chamaram de interculturalismo e de laicidade aberta, como soluções que fariam funcionar as acomodações razoáveis. No primeiro, a língua - o francês quebequense - seria o cimento que ligaria todas as culturas envolvidas e permitiria a manutenção do núcleo de origem franco-canadense. A cultura do Quebec incluiria as contribuições enriquecedoras das vindas com os imigrantes, sem perder sua identidade primária. O princípio do estado laico seria usado diferentemente do que é praticado em França, mais aberto e tolerante com as diferenças étnico-culturais. Este deveria propor a manutenção dos direitos de se usar alguns símbolos, bem como o de se negociar todos os casos onde houvesse conflitos interpretativos sobre os direitos de cada religião e cada manifestação culturo-étnica se comportar no espaço público da província.

 

Os autores basearam suas reflexões no que pesquisaram e ouviram, assim como em dados da realidade passada e presente do Quebec. Lembraram, por exemplo, a época que o clero católico detinha praticamente a totalidade do poder simbólico e cultural da província. Refletiram sobre a dupla realidade dos quebequenses, minoria na América do Norte, incluindo no Canadá, e maioria em relação aos que vieram de fora. Sustentaram a idéia de que não se podia inverter a situação vivida no passado, tendo agora como alvo, os imigrantes. Em outras palavras, confrontaram a história do Quebec com sua realidade atual, buscando alternativas de reafirmação da cultura local.

 

A proposta da Comissão é de se chegar à conciliação e ao desarmamento dos espíritos. A crise, para eles, começada por volta de 1985, foi intensificada entre 2002 e 2006, e agudizada a partir deste último ano. Os autores acreditam que se viveria agora em um período de calmaria, por efeito, dos trabalhos realizados. Pensam, portanto, que a discussão sobre as acomodações razoáveis já teria dado frutos positivos.

 

O que se sabe é que o relatório, mal foi publicado, foi recebido com inúmeras críticas do espectro político e acadêmico local. Não houve consenso e nem mesmo uma aceitação tácita. O primeiro ministro, que é membro do Partido Liberal, foi até acusado de ter sido por demais leniente com os resultados da Comissão. Logo, a questão continua em aberto e em debate. Obviamente, ainda não houve tempo, de se mensurar os efeitos do que foi dito no já famoso relatório.

 

Bouchard e Taylor reafirmaram, em passagens de seu texto, o caráter democrático e liberal da província do Quebec atual. Estiveram a serviço do governo, dirigido pelo Partido Liberal, em um espaço político, onde ainda sobrevivem elementos e práticas da antiga visão social-democrática, anterior a avalanche internacional do neoliberalismo. Suas recomendações finais soam como uma espécie de aconselhamento destinado aos cidadãos do Quebec, sobretudo aos que advogam a condição de franco-canadenses. Elas têm o sentido de relativizar o racismo anti-imigrante existente no Quebec, bem como no resto do Canadá, no gigante vizinho e em vários países da Europa ocidental.

 

O foco principal do documento visa, especificamente, as autoridades governamentais da província, fazendo uma série de sugestões práticas de enfrentamento do que se chama por lá de acomodações razoáveis. Baseiam-se na idéia de integrar os imigrantes, por meio do polêmico afrancesamento, fundamentalmente, lingüístico. Eles não deixaram de mencionar as imensas desigualdades sociais que os afetam e a necessidade de políticas de governo contra os preconceitos raciais e sociais que existem e vem se desenvolvendo na província.

 

O Quebec ideal, para eles, seria francofônico, laico com tolerância e negociação, com menores desigualdades sociais e de gênero [16], maior integração dos imigrantes e consciente na luta contra preconceitos tais como a islamofobia e o antisemitismo. O tempo dirá sobre o efeito concreto deste impressionante documento. Não se pode ainda compartilhar do seu otimismo, em um mundo conturbado por questões similares. Não há como aquilatar que tipo de influência ele terá nas decisões do núcleo duro do poder local. [17]

 BM

Os brasileiros que escolhem o Quebec como ‘país’ de acolhida enfrentam os mesmos problemas dos demais imigrantes, com as especificidades de terem a mesma religião colonial - o catolicismo - que fundamentou a cultura quebequense e a mesma influência da latinidade de base local. Todavia, as diferenças entre a cultura dessa província canadense e as culturas brasileiras são muito grandes, provocando diversas dificuldades adaptativas. O que o Quebec poderia aprender com o Brasil, consiste na fácil integração e a imensa tolerância que os imigrantes encontraram e ainda lá encontram.

 

É difícil imaginar que as batalhas da integração e do controle dos preconceitos étnicos serão facilmente vencidas. A situação dos imigrantes tem se deteriorado em todo o chamado primeiro mundo. As mídias estão repletas de informações sobre o problema. Alguns países ricos, que, agora, enfrentam problemas econômicos graves, estão restringindo a imigração e aumentando o cerco aos ‘ilegais’, antes aceitos tacitamente, por significarem baixos salários e grandes lucros.

 

É verdade que o caso do Canadá é específico. Ainda há muito interesse em recebê-los, desde que sejam filtrados pelos critérios de interesse do país e de suas províncias. Não é o mesmo, por exemplo, do que se passa, hoje, na Espanha. Entretanto, há traços mais gerais do problema. Na primeira fase da chamada globalização, houve um forte estímulo das migrações dos países pobres para os ricos. Agora, na segunda, vem-se tendendo a levantar barreiras e a situação dos imigrantes que conseguem furá-las - legais e ilegais - está longe de ser paradisíaca.

 

Há, em vários países um refluxo e o retorno compulsório ao país natal. Isto ainda não acontece massivamente no Canadá. Mas, se a recessão mundial atingir o país, certamente irá ocorrer, como já é fato nos EUA. O que faltou no relatório Bouchard-Taylor foi uma análise mais universal do problema. As migrações para o Quebec são também para o Canadá, país que faz parte da comunidade internacional, em uma posição de destaque econômico e político. Os mecanismos deste processo se irradiam pelo mundo afora, contaminando países que fornecem imigrantes para o mercado internacional de trabalho e os que os recebem.

 

Um dos motes do relatório é o de lembrar a situação de opressão que os franco-canadenses sofreram, antes da denominada revolução tranqüila, da década de 1960. Nesta época, eram tangidos como gado. Não era sequer bem visto o fato de que eles usassem na vida social e profissional um idioma - o francês -, isto porque o poder político e econômico do país falava exclusivamente o inglês. Hoje, a situação se inverteu e a fala proficiente do ‘bon français’, isto é o francês do Quebec, é uma das condições apontadas para qualquer possibilidade de integração. Como sempre, a história humana tem idas e vindas.

 

As questões referentes à presença dos imigrantes têm uma dimensão bem maior do que a tentativa das acomodações razoáveis, proposta como solução no Quebec. A interpenetração e os choques entre culturas distintas, hoje, existem independentemente das migrações internacionais e do que vem ocorrendo no Canadá. As lutas pelo respeito à diversidade cultural e pelos direitos humanos essenciais, ganharam feições planetárias. Nenhuma nação tem o direito à barbárie, justificada como seu rosto cultural. Nenhum país tem o direito de impor ao outro o seu modo de vida e sua lógica cultural. Conseguir um equilíbrio nestas matérias é um desafio a ser tomado como parte dos novos paradigmas éticos da política internacional.

 

Notas:

[16] A questão da mulher foi intensamente debatida, em contraponto com as culturas imigradas que as desvalorizariam.

[17] Esta análise foi escrita poucos dias após o lançamento oficial do relatório.

 

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9 de março de 2009

Blogagem Coletiva – Inclusão Social

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Recebi o convite de Mírian Mondon do Café com Poesia, para participar da Blogagem Coletiva–Inclusão Social, promovido pelo blog Esterança. Deixei para postar a respeito na última hora, pois não entrei na net nesses últimos dias. Como acho o tema muito importante, deixo como contribuição um pequeno texto de Ariovaldo Ramos. O texto não fala exatamente sobre inclusão, mas sobre justiça social e sobre o se importar com o outro, com o diferente, com o excluído. Já é um bom começo para a Inclusão Social.
… "Jesus veio revitalizar o conceito de humanidade, portanto, veio chamar os homens à contramão do individualismo, e quem está na contramão do individualismo está na mão da inclusão social.


Portanto, era de se esperar que a igreja se incomodasse com os excluídos, porque nós sabemos que a exclusão é a negação da salvação. A igreja deveria ser o maior movimento de inclusão social jamais visto, o maior movimento de repúdio ao individualismo e ao consumismo, o maior movimento de promoção comunitária e de promoção da dignidade humana…." Veja aqui o texto na integra de Ariovaldo Ramos sobre Inclusão Social a partir da igreja.
Em tempo: O convite à participar do Blogagem Coletiva é para todos!


                       Salvação e políticas públicas por Ariovaldo Ramos
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Mt 25.31-40: 31 Jesus terminou, dizendo: — Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real. 32Todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. 33Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. 35Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. 36Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar." 37— Então os bons perguntarão: "Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? 38Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? 39Quando foi que vimos o senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?" 40— Aí o Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram."

Esse é o juízo sobre as nações. Para determinar as nações que continuam na história: um juízo a partir das obras. Não tem a ver com salvação pessoal, porque esta é pela fé. Este juízo tem a ver com salvação nacional.

Sodoma foi destruída porque não passou por este juízo, foi condenada por injustiça social (Ez 16.49).
Passará por esse juízo a nação que tiver políticas públicas que derem conta dessas demandas sociais. Políticas tais como: Segurança alimentar e nutricional (saciedade da fome); acesso à água, logo, saneamento básico e pleno - a torneira e os resíduos de casa assim como o manancial (dessedentação); justiça agrária e urbana (fixação de estrangeiro geográfico, étnico e social); distribuição de renda (vestimenta ao nu); garantia de dignidade à pessoa, gestão da segurança a partir da prevenção à violência e decência na gestão penitenciaria (visita ao preso); projeto educacional amplo (direito básico que fomenta os demais), etc.
A Igreja, ao indivíduo, prega a salvação pessoal; à nação, prega a salvação nacional, que cobra políticas públicas que implantem a justiça social.
Ariovaldo Ramos é filósofo e teólogo, além de diretor acadêmico da Faculdade Latino-americana de Teologia Integral, missionário da Sepal e presidente da Visão Mundial. É membro da equipe editorial da Edições Vida Nova e do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional)
blogagem coletiva